Com o crescente avanço do conceito ESG no cenário empresarial, muitas organizações ainda enfrentam dúvidas sobre como iniciar a incorporação dessa abordagem em suas estratégias e modelo de gestão.
A ABNT PR 2030 sugere sete etapas a serem seguidas pelas empresas para adentrar nessa jornada. Vejamos resumidamente quais são:
1. Conhecer: Compreender as origens históricas e os princípios essenciais é primordial para contextualizar as causas que impulsionaram a ascensão da atual importância e interesse global acerca do tema ESG.
2. Ter intenção estratégica: A organização deve incorporar intencionalmente questões relevantes ao ESG em sua estratégia. A decisão e comprometimento devem vir da alta direção, independentemente do porte da empresa. A incorporação de critérios ESG à gestão proporciona a oportunidade de reavaliar o propósito da organização, buscando resultados sustentáveis de curto e longo prazo e geração de valor para os acionistas e demais partes interessadas. A definição de diretrizes estratégicas pela alta direção é preponderante para integrar novos valores à cultura corporativa e implementar ações que gerem resultados ambientais e sociais, além de financeiros.
3. Diagnosticar: A Prática Recomendada estabelece critérios ESG para auxiliar organizações na identificação de temas materiais ao seu negócio. O diagnóstico inicial requer a avaliação das práticas de sustentabilidade, estrutura, recursos, processos e resultados, orientando a organização na compreensão de seu nível de maturidade. Esse mapeamento revela pontos fracos a serem ajustados e pontos fortes que impulsionam a pauta ESG. A abordagem é contínua, evolutiva e adaptada ao contexto de cada empresa, considerando aspectos internos e externos, independentemente do porte ou segmento.
4. Planejar: Após realizar um diagnóstico organizacional e identificar oportunidades e direcionamentos, a instituição pode planejar seu escopo ESG. Esse planejamento estratégico deve considerar fatores de sustentabilidade, riscos e oportunidades. Perguntas-chave incluem a identificação dos principais fatores ambientais e sociais, a compreensão das partes interessadas e estratégias de engajamento, a avaliação do impacto a curto e longo prazo, e a integração das informações ambientais e sociais à gestão de riscos. As respostas a essas questões orientam atividades como determinar a materialidade e estabelecer objetivos e metas para a organização.
5. Implementar: A implementação da abordagem envolve estabelecimento de estratégias e políticas de sustentabilidade na empresa, determinação e gestão de processos para ESG, engajamento das partes interessadas, integração entre gestão de processos e relacionamento com partes interessadas para a abordagem ESG, gestão dos recursos para implantação, mudança da cultura organizacional, “capitalismo de stakeholders” e a teoria do valor compartilhado no processo e engajamento da cadeia de valor e cadeia de suprimentos.
6. Medir e monitorar: Nesta fase, a empresa deve medir e monitorar a implementação do planejado, utilizando indicadores de desempenho ESG para demonstrar como gera valor ao longo do tempo, gerencia riscos e impactos. Esses indicadores devem evidenciar o desenvolvimento e a implementação das práticas ESG, alinhadas à política, objetivos e metas da empresa para busca de melhoria contínua, considerando as expectativas das partes interessadas. A escolha dos indicadores pode variar, sendo influenciada por normas, frameworks e compromissos globais, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030.
7. Relatar e comunicar: É imprescindível criar um canal transparente com as partes interessadas, fornecendo informações precisas. Portanto, esta etapa abrange reporte e verificação do alcance de metas, relato das transformações geradas pelas ações e elaboração de relatórios. O relatório é um instrumento estratégico para demonstrar o atendimento aos temas ESG de acordo com os critérios estabelecidos e para basear decisões em relação aos passos que a organização deve tomar.
Na ABNT PR 2030 também são indicadas referências como base para a elaboração de relatórios, como: GRI (Global Reporting Initiative), SASB (Sustainabilty Accounting Standars Board), IIRC (International Integrated Reporting Council), CDP (Carbon Disclosure Project) e TCFD (Task Force on Climate-Related Financial Disclosures).