A Teoria das Ondas de Inovação, formulada pelo economista Joseph Schumpeter, em 1940, aborda uma perspectiva sobre como as transformações tecnológicas e sociais afetam a economia e o desenvolvimento dos países. Ao longo dos anos, essa teoria identificou seis grandes ondas de mudança: Revolução Industrial, Idade do Vapor, Era da Eletricidade, Produção em Massa, Redes e Tecnologias da Informação e Comunicação.
A sexta onda é conhecida como a Onda da Sustentabilidade ou do ESG (Ambiental, Social e Governança).
Segundo o conceito, a Onda da Sustentabilidade teve início em 2020 e deve se estender até 2045. Esse período será caracterizado pela criação e adaptação de empreendimentos que contemplem a preservação ambiental, a responsabilidade social e a governança adequada.
A relação entre inovação e ESG vem se estreitando, à medida que as empresas têm buscado novas soluções, formas e estratégias de negócios, de modo a aprimorar seus processos, produtos e serviços para gerar valor e atender às exigências de um mercado cada vez mais focado em sustentabilidade.
A sexta onda traz consigo uma série de mudanças e oportunidades. A inovação mostra-se uma forte aliada como ferramenta essencial para o sucesso da incorporação dos princípios ESG no mundo corporativo e capaz de impulsionar o crescimento, a resiliência e a competitividade das empresas.
A conexão entre ESG e inovação evidencia-se em diferentes aspectos:
– Oportunidades de mercado: A adoção de práticas ESG pode abrir novas possibilidades de mercado e desencadear a necessidade de soluções inovadoras. Por exemplo, a crescente preocupação com as mudanças climáticas tem instigado a adesão a tecnologias limpas e sustentáveis, como energia renovável, mobilidade elétrica e eficiência energética. Organizações que inovam nessas áreas têm a chance de se destacar e capturar uma fatia deste mercado em crescimento.
– Risco e resiliência: A integração de critérios ESG na estratégia de inovação de uma empresa pode colaborar com a mitigação de riscos operacionais, regulatórios e reputacionais. Considerar práticas sustentáveis desde o início de um projeto propicia evitar problemas futuros relacionados à conformidade com regulamentações ambientais ou ações judiciais. Além disso, a inovação tende a auxiliar as organizações a se adaptarem a mudanças rápidas e a lidarem com desafios emergentes, como escassez de recursos naturais e demandas sociais.
– Eficiência e redução de custos: A inovação orientada pela pauta ESG pode levar a ganhos de eficiência e minimização de custos. Para exemplificar: a implementação de ações de eficiência energética e a redução de resíduos resultam em economia de recursos naturais e atenuação de custos operacionais. Além disso, a inovação em processos e tecnologias pode ajudar as empresas a aproveitarem oportunidades de economia circular, onde resíduos são transformados em recursos, gerando valor adicional.
– Atratividade para investidores e talentos: Investidores e profissionais talentosos estão cada vez mais interessados em organizações que adotam a agenda ESG e possuem uma abordagem inovadora. Aquelas que demonstram um compromisso sólido com a sustentabilidade e a responsabilidade social tendem a atrair mais investimentos e talentos qualificados, pois são percebidas como mais resilientes e alinhadas com valores e propósitos atuais.
Portanto, a interação entre ESG e inovação é simbiótica. Os dois agentes, numa atuação conjunta, têm potencial para oferecer resultados eficazes e mais sustentáveis no âmbito das três dimensões consideradas (Ambiental, Social e Governança). E essa sinergia tende a gerar um ciclo virtuoso, onde a busca por soluções sustentáveis impulsiona a inovação e a inovação, por sua vez, fortalece as práticas ESG das organizações.