Ambas as categorias de investimento derivam da premissa comum de que a geração de retorno financeiro não é suficiente, sendo essencial considerar o impacto resultante do investimento. Contudo, apesar disso, são conceitos diferentes.
Para uma melhor distinção, se faz necessário entender, de maneira geral, os diversos tipos de investimentos disponíveis, com base no quadro abaixo, elaborado pela OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, e veiculado no site da B3 Educa:
O “investimento só financeiro” é o tradicional, que não abarca práticas ambientais, sociais e de governança e tem como foco propiciar retornos financeiros competitivos.
Os investimentos ESG são os que se enquadram nas colunas “Responsável” e “Sustentável”, com ênfase na mitigação de riscos ESG ou em práticas positivas que aumentem valor, buscando gerar resultados aos investidores e, ao mesmo tempo, impacto socioambiental.
Já os “investimentos de impacto” se dispõem a resolver questões socioambientais, com resultados mensuráveis, almejando também retorno financeiro (competitivo, na média ou abaixo da média do mercado) ao investidor.
E, por fim, os “investimentos exclusivamente de impacto” não têm como finalidade a obtenção de retorno aos investidores, pois seu intuito único é contribuir com soluções para desafios socioambientais. Esse modelo é comumente classificado como filantropia.
Em outras palavras, as diretrizes ESG enfatizam as boas práticas das empresas nas dimensões ambiental, social e de governança, porém, uma organização que incorpora esses princípios não necessariamente só oferece produtos ou serviços de impacto positivo.
Daniel Izzo, sócio, CEO e cofundador da VOX Capital, em matéria da B3, ilustra essa afirmação com o seguinte exemplo: uma empresa de bebidas e refrigerante pode seguir todas as melhores práticas ESG, mas se o produto for muito consumido pelas pessoas, pode causar obesidade ou distúrbios alimentares e, consequentemente, afetar o sistema de saúde como um todo.
Já o investimento de impacto é intencionalmente direcionado a negócios cujo core business (atividade principal) objetiva a transformação social ou ambiental positiva, através de seus produtos, serviços ou operações. Por exemplo, uma escola que proporciona o ensino de línguas com preço acessível para as classes de renda mais baixa.
Nesse contexto, os ODS – Objetivos do Desenvolvimento Sustentável frequentemente têm sido utilizados como base para a definição do desafio que se pretende solucionar, uma vez que, esses investimentos apresentam potencial de endereçar ações para alguns dos problemas globais mais urgentes, como mudanças climáticas, pobreza, acesso a saúde e educação.
A opção por um ou outro dependerá da pretensão do investidor. Para aqueles que buscam maximizar o retorno financeiro, os investimentos ESG podem ser uma boa opção. Já para aqueles que desejam gerar impacto positivo no mundo, os investimentos de impacto podem ser mais adequados. Independentemente da escolha, é fundamental que o investidor esteja ciente dos riscos e retornos de cada tipo de investimento e faça uma análise cuidadosa antes de tomar qualquer decisão.