As chamadas “green skills” (habilidades ou talentos verdes ou sustentáveis) são competências relacionadas à implantação de práticas direcionadas à sustentabilidade e ESG. Ou seja, abrangem a compreensão dos impactos oriundos da atividade humana sobre o meio ambiente e a sociedade, aliada à capacidade de propor estratégias e ações capazes de atenuar seus efeitos.
O mercado de trabalho está em constante transformação, adaptando-se às necessidades das organizações e da própria sociedade. Portanto, é esperado que a busca por novas habilidades profissionais seja uma demanda contínua.
À medida que as empresas direcionam cada vez mais seus esforços para incorporar as diretrizes ESG em seu modelo de negócios, a exigência por colaboradores que tenham ou desenvolvam competências específicas para atuar nesse contexto também aumenta.
O relatório Global Green Skills Report 2023, publicado pela plataforma digital do LinkedIn, aponta que a demanda por profissionais que possuem essas aptidões está em crescimento acelerado e não se limita especificamente a cargos tradicionalmente associados à sustentabilidade. Todos os setores estão solicitando trabalhadores com habilidades verdes, de acordo com o que o segmento requer, principalmente os que consideram a agenda ESG uma prioridade.
Segundo o relatório, a crescente procura por pessoas qualificadas reflete a urgência no combate às mudanças climáticas, já que as ações tomadas na próxima década definirão o quão habitável estará o nosso planeta para as gerações futuras.
Entre 2022 e 2023, a participação de talentos verdes na força de trabalho cresceu aproximadamente 12,3% nos 48 países pesquisados, enquanto a proporção de ofertas de emprego que requerem ao menos uma habilidade verde aumentou quase duas vezes mais rápido (22,4%, em média).
Embora o mercado de profissionais com habilidades verdes esteja em ascensão, de acordo com o estudo, somente 1 em cada 8 apresenta ao menos uma green skill atualmente. Em outras palavras, 7 em cada 8 colaboradores não possuem uma única competência verde, um índice muito aquém das necessidades presentes.
Acerca das green skills que seriam mais relevantes tanto para as empresas quanto para os trabalhadores, a Amcham Brasil menciona as seguintes: gestão sustentável, gestão de operações, conhecimento em energias renováveis, educação ambiental e responsabilidade social corporativa. E para alcançá-las, cita alguns passos importantes a serem seguidos, como investir em educação (treinamentos focados em ESG, por exemplo), trabalhar o networking (comunidades e grupos de sustentabilidade) e procurar novos desafios (avaliar novas maneiras de integrar práticas sustentáveis no dia a dia corporativo).
Em tempos em que as green skills tornaram-se pré-requisitos para o sucesso do desempenho sustentável das organizações e o combate aos problemas globais que enfrentamos, é imprescindível que os líderes empresariais também adquiram essa capacitação. Afinal, a transição para uma cultura voltada à sustentabilidade e ESG tem início pelo engajamento das lideranças junto às suas equipes.
Em suma, as green skills englobam um conjunto de competências muito importantes para orientar as empresas em direção a práticas mais sustentáveis e que certamente moldarão o futuro dos negócios e do planeta, à proporção que se firmam como elementos essenciais em todas as esferas organizacionais e impulsionam as empresas a melhor se posicionarem no enfrentamento aos riscos corporativos e às adversidades socioambientais da atualidade e na transição para uma economia verde.